A digitalização dos processos empresariais a par com o aumento das inovações digitais, são das maiores tendências de futuro imediato, rivalizando com novos produtos e serviços para o consumidor. As empresas são forçadas a desenhar as suas estratégias digitais e a concentrar esforços nos aspetos críticos da transformação digital.
Comecemos pelo conceito da digitalização. Digitalização é o processo de conversão de atividades ou objetos físicos (analógicos) e a sua representação, no meio digital. Podemos, por exemplo, escanear um documento impresso e de seguida guardar em formato digital (pdf, p.ex.). Ou seja, a digitalização é o processo de transformar um objeto ou atividade não digital numa representação digital, contida num objeto digital. Um objeto digital pode ser usado por sistemas computadorizados. Uma leitura digital de um comprimento, p.ex., pode ser usado para tomar decisões num ambiente computadorizado, num contexto de fabrico, p.ex.
A relevância da digitalização no mundo atual não é um exagero. Este é o caminho que liga o mundo físico e o mundo digital. Estamos em transformação desde os anos 60. Porque a melhoria dos processos necessita de dados para serem analisados, a informação digital (dados), é o que tem permitido às empresas obter valor de forma contínua (ocorre a famosa frase do Peter Drucker “If you can't measure it, you can't manage it.”).
A arquitetura digital faz uso das novas tecnologias digitais e informação digital (ou digitalizada) para permitir ou melhorar processos. Como consequência, o uso de uma arquitetura digital, implica a digitalização dos processos e atividades (já agora, aqui já identificamos a causa da dor da “digitalização das empresas”). Lógica SCADA num PLC, controlo PID, lógica estruturada aplicada a processos por lotes, exceções para paragem imediata dos processos, etc, são tudo exemplos derivados deste contexto. Também existem atividades criadas autonomamente nestes ambientes, p.ex. a falha num sensor, pode gerar uma instrução automática para uma intervenção de manutenção, que vai alocar automaticamente um técnico numa data e hora, via mapeamento existente no ERP da empresa, e um conjunto de regras (digitais) que integram o módulo.
Portanto, a digitalização e o uso de arquiteturas digitais, permite o acesso a melhorias dos processos, aumentando a eficácia e a competitividade do negócio. Ou seja, converte atividades passivas e/ou reactivas, em reactivas e proactivas, optimizando os processos, aumentado eficácia e produtividade.
A revolução nas atividades empresariais motivada e facilitada pela digitalização e o uso de arquiteturas digitais, é denominado de transformação digital.
Várias inovações digitais (internet móvel, IA, Internet das Coisas, etc) tiveram desenvolvimentos dramáticos em anos recentes - desde os anos 2000 - e transitaram com sucesso de áreas de de aplicação profissional para os consumidores e o seu dia a dia.
O acesso a arquiteturas digitais revolucionou a economia e a sociedade com o mesmo impacto que tiveram no passado a máquina a vapor, e a expansão de redes de eletricidade nos tecidos urbanos.
A tecnologia está no centro da digitalização. Na base de novas tecnologias digitais, são também necessárias inovações tecnológicas: produtos e serviços inovadores são lançados por empresas já existentes, mas em paralelo empresas start-up e investidores em ecossistemas inovadores são igualmente importantes, e trabalham em regimes distintos.
Como resultado, são criadas dinâmicas diferentes de digitalização. Enquanto que a administração pública, ainda “prefere” trabalhar com papel e arquivos, o mercado empresarial já atua de forma diferenciada. Historicamente, o impacto económico da digitalização foi sentido na indústria da música e entretenimento. O sector da distribuição seguiu de imediato.
Neste momento os vários domínios da digitalização afetam virtualmente todas as indústrias, direta ou indiretamente.
A transformação digital provocou alterações significativas nos negócios e na sociedade, ao longo de 50 anos. A expansão da internet e o advento de serviços como AOL e Compuserve motivaram o efeito global no início dos anos 90.
As ligações internet democratizadas no mundo ocidental no final dos anos 90 e modelos de negócio inovadores com serviços media digitais como a Hoopla no virar do milénio, ajudaram à digitalização. Quando a disponibilidade e velocidade de comunicação da internet e do acesso móvel melhoraram, o estímulo cresceu ainda mais. Aplicações futurísticas, como utilização massiva de robots vão ser possíveis por causa da disponibilidade de transferência de dados ainda mais eficaz (5G) em paralelo com tecnologia IoT, e Inteligência Artificial. A digitalização vai ter um impacto tremendo nas economias do futuro.
Usando conceitos inovadores de mobilidade, a digitalização vai alterar radicalmente o futuro da indústria automóvel. A digitalização vai promover e permitir novos modelos de utilização, desde veículos autónomos a partilha de veículos, e novos conceitos de aluguer de scooter elétricas, p.ex..
A indústria financeira está e vai ser influenciada pela digitalização. Em paralelo com informação vulgarmente registada nos media, tais como o Bitcoin, outras técnicas blockchain vão permitir novos formatos de investimento e participação nas empresas. Hoje em dia, p.ex., os investimentos podem ser disponibilizados através de ICOs (Initial Coin Offerings) ou STOs (Security Token Offerings). Tecnologia moderna, com aplicação crescente, vai motivar novos formatos.
As profissões tradicionais vão sofrer alterações profundas como resultado da digitalização dos processos. Os médicos vão ter assistência de tecnologias “e-health”, em particular nas fases de diagnóstico. Tecnologias online para assistir ao setor Legal e Jurídico vão melhorar e em alguns casos substituir os atuais serviços legais disponibilizados por advogados e outros profissionais do sector.
A digitalização vai promover novos desafios ao nível da educação básica, formação, e aprendizagem para os jovens, administração central, etc. A indústria no geral, a classe política e associações do sector, todos vão ter um papel na instrumentação da comunidade para as mudanças que a digitalização vai trazer no futuro.
As empresas de todas e quaisquer dimensões são ou vão ser afetadas pela digitalização. Por um lado as empresas têm de digitalizar os processos empresariais, enquanto desenvolvem novos serviços e estratégias adaptadas ao novo mundo digital. A transformação digital em empresas que incluem um trajecto digital, assim como as startups, estão a fomentar esta perspectiva. Tal como na nossa empresa passamos por uma fase de transformação digital e passa a ter novas necessidades, assim os nossos clientes passam por necessidades idênticas.
Com a existência dos denominados “Nativos Digitais”, foram criados novos segmentos de interesse. Por vezes as estratégias de marketing e venda digitais tiveram necessidades específicas, e tiveram de inovar para comunicar eficazmente.
Para ter sucesso na era digital, as empresas precisam de concentrar os seus esforços no desenvolvimento das tecnologias digitais.
As iniciativas de transformação digital normalmente integram e incluem várias atividades de digitalização, mas os diretores que julgam que a transformação digital é apenas isso, estão a cometer um erro.
Em boa verdade, à medida que o negócio fica centrado no cliente de A a Z, a transformação digital vai solicitar que a organização se transforme ela própria, para acomodar as mudanças efetuadas, e como tal a gestão da mudança é um paradigma relevante. As iniciativas de digitalização contínua podem beneficiar desta dinâmica, mas são vetores distintos de atuação.
Nós digitalizamos informação, processos, e atividades que refletem o perfil de operações das empresas, e dentro do formato digital podemos realizar as mesmas melhorias e alterações, inclusive da sua estratégia de médio e longo prazo.